quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Ian Fleming, o verdadeiro espião 007

Ian Fleming







Sir Ian Lancaster Fleming (Londres, 28 de Maio de 1908 — Cantuária, 12 de Agosto de 1964) foi um jornalista, escritor e agente do serviço secreto britânico durante a Segunda Guerra Mundial. Tornou-se célebre por ter criado o personagem James Bond, mais conhecido como 007.



Vida







Filho do major Valentine Fleming (morto durante a Primeira Guerra Mundial) e Evelyn St. Croix Fleming, estudou no famoso Eton College, cursou a Academia Militar Real de Sandhurst mas deixou sua mãe furiosa ao trocá-la por um curso de idiomas nos Alpes sem sequer ter conseguido um mínimo posto de oficial. Não conseguiu ingressar no serviço de estrangeiros e, com 23 anos de idade, não tinha uma carreira e nem uma perspectiva. Trabalhou como jornalista em Moscou durante quatro anos, e posteriormente como corretor na bolsa de valores de Londres até o ano de 1939. Porém, nessa mesma década, seu irmão mais velho Peter Fleming (1907-1971) ganhou notoriedade como escritor e novelista com os livros "Brazilian Adventure" (1933) sobre uma expedição no interior do estado de Mato Grosso e "News from Tartary" (1936), detalhando uma viagem que fizera desde Pequim até a Caxemira.


Segunda Guerra Mundial

Durante a segunda guerra mundial, Fleming foi designado ao serviço de inteligência na Marinha britânica e devido aos seus conhecimentos e facilidade com idiomas, serviu como assistente pessoal do Almirante John H. Godfrey, cujo perfil serviu parcialmente como modelo para o desenvolvimento da personagem "M", o superior hierárquico de James Bond. No início da II Guerra Mundial, Ian Fleming e outros propuseram uma desinformação ao nazistas em que o mago Aleister Crowley,o astrólogo Louis de Wohl teriam ambos ajudado o MI6 como agentes, infiltrando junto ao astrólogos oficiais nazistas para ludibriar Rudolf Hess, implantando informações em documentos secretos com a falsificação de horóscopos. Eles faziam parte de uma Operação desenvolvida baseada no livro “Flying Visit”, do irmão mais velho de Fleming, o escritor Peter Fleming  também um agente infiltrado cognominado por “Lantern” da organização "The Seven Circle"  do spymaster e mágico Maskmelin  que os recrutavam como agentes, todos infiltrados nos Serviços Secretos da organização MI6,que poderiam então passar ao longo informações falsas sobre uma alegada pró-alemão círculo na Grã-Bretanha. O governo abandonou esse plano quando Hess voou para a Escócia. No entanto, com o seu avião falhando sobre Eaglesham, foi capturado. Fleming então sugeriu usar Crowley como um interrogador para determinar a influência da astrologia com outros líderes nazistas, mas seus superiores rejeitaram esse plano. Em algum momento, Fleming também sugeriu que a Grã-Bretanha poderia usar Linguagem enoquiana como um código, a fim de plantar provas entre os nazistas.


Carreira Como Escritor

O primeiro livro de Fleming foi um guia de correspondente de guerra, que serviu para treinamento do pessoal do serviço de inteligência. Quando escreveu seu primeiro livro sobre James Bond, Casino Royale, em meados de 1953, Fleming cita que seu agente secreto era do MI6, o Departamento de Inteligência do Serviço Secreto Britânico. O livro é parcialmente baseado na sua má sucedida experiência com jogos de azar, durante sua estadia em Portugal, durante a guerra. Foi no famoso cassino de Estoril onde, aparentemente, Fleming conheceu Dusko Popov, que servira-lhe como modelo para a criação de Bond. O nome do personagem, por sua vez, veio de um ornitólogo, autor do livro Birds of the West Indies, um estudo sobre os pássaros do Caribe, do qual ele gostava muito.

Foi na região do Caribe, mais precisamente na Jamaica, onde Fleming escreveu a maioria dos livros sobre Bond e onde se casou com Lady Ann Rothermere, em 1952, filha de Lord Rothermere, que era proprietário do Daily Mail. Na Jamaica, Fleming acabou por ter um relacionamento paralelo e duradouro com Blanche Blackwell, cujo filho fundou a gravadora Island Records que difundiu o reggae para todo o mundo.

Fleming escrevia artigos para jornais e revistas britânicas sob o pseudônimo Atticus. O livro "Thrilling Cities", de 1963, foi escrito baseado em artigos publicados no jornal Sunday Times entre 1959-60. Fleming publicou, inclusive, um livro infantil de grande sucesso sobre um carro mágico intitulado Chitty Chitty Bang Bang, que ganhou uma adaptação para o cinema como musical em 1968. O livro foi escrito para seu filho Caspar, que acabou cometendo suicídio quando tinha 23 anos.

Ian Fleming morreu aos 56 anos, vítima de um ataque cardíaco na manhã de 12 de agosto de 1964, no campo de golfe Royal St. George's Sandwich no condado de Kent. Morreu pouco antes da estréia daquele que seria um dos mais cultuados filmes entre todos da série do espião criado por ele, 007 Contra Goldfinger.

Seus livros foram traduzidos em mais de quinze idiomas e são vendidos em edições sucessivas em todo o mundo até hoje.



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